FATOS POLICIAIS

sexta-feira, 18 de setembro de 2015

FRANCISCO SALES CAVALCANTE

O Cônego Francisco Sales Cavalcanti nasceu ás 23h do dia 30 de abril de 1911, um dia de domingo, em Boa Viagem/CE. Sua Ordenação Sacerdotal deu-se a 17 de janeiro de 1943, sendo a primeira missa celebrada em 24 de janeiro do mesmo ano. 
               Em 10 de janeiro de 1945 o então padre Sales chegou a Mossoró, vindo da Amazônia, atendendo ao convite do Exmo. e Revmo. Sr. Dom João Batista Portocarrero Costa, então Bispo da Diocese de Santa Luzia. Em 12 de janeiro de 1946 foi nomeado Diretor do Ginásio Santa Luzia, cargo que assumiu em 8 de fevereiro. Sua primeira atitude no novo cargo, foi mandar fazer uma limpeza geral no velho prédio, de modo a melhorar a sua aparência. Com essa simples atitude, no internato, que no ano anterior tinha funcionado com apenas 15 alunos, naquele ano passou para 31. Mas o seu sonho era outro. Era construir um novo prédio, maior e mais moderno, onde pudesse abrigar um número bem maior de alunos. Fez o impossível para realizar o seu grande sonho, mas conseguiu apoio para o novo prédio. Sentindo-se com a saúde abalada, solicitou ao Sr. Bispo a sua substituição, para que ele pudesse se dedicar exclusivamente a nova obra. Dessa forma, em 27 de fevereiro de 1949, numa sessão muito simples realizada na sala dos professores, com a presença do Sr. Bispo e de alguns mestres, passou a direção do Ginásio ao Revmo. Pe. Cornélio Wokke, de nacionalidade holandesa. O padre Cornélio permanece na direção do educandário até o ano de 1954. Em 29 de dezembro do mesmo ano, a direção do Santa Luzia volta para o Cônego Sales Cavalcante. 
               Em 9 de junho de 1956, o Cônego Sales viu seu sonho realizar-se. Naquela data era inaugurado o novo prédio do Ginásio Santa Luzia de Mossoró. Em seu discurso, na sessão magna da inauguração, na qualidade de diretor da instituição, disse: “Se me fosse possível calar, nesta soleníssima celebração, eu preferia, sob os cálidos afagos de uma reverente e sempiterna ação de graças, entoar somente um “Te Deum laudamus”, que este hino grandioso e altissonante seria, por si mesmo, cintilante coroa e cúpula majestosa, marcando indelevelmente, nas alturas dos céus, mais páginas triunfantes da história religiosa de Mossoró”. 
               Em 14 de dezembro de 1957 o Cônego Sales requer o seu afastamento da direção do Santa Luzia, alegando motivos de precariedade de saúde e outro motivos pessoas, no que é atendido. 
               O Cônego Francisco Sales Cavalcante era um homem culto, eficiente sacerdote e de grande iniciativa profissional. Prestou notáveis serviços a cidade, principalmente na área educacional. Deixou livros preciosismos para a História de Mossoró como “Apontamentos sobre a História do Colégio Diocesano Santa Luzia de Mossoró”, “Paróquia de Santa Luzia (1842-1992) – 150 anos”, Monsenhor Luiz Motta – traços biográficos”, e outros trabalhos de igual teor. Foi sócio-fundador do ICOP – Instituto Cultural do Oeste Potiguar. Quando foi criada a Academia Mossoroense de Letras, o professor Vingt-un Rosado o convidou para integras os quadros de Imortal daquela instituição. Ele não aceitou. Passava por um momento difícil de sua vida com problemas pessoais. 
               Era um homem que encarava a vida dentro da sua própria realidade. Já velho e sentindo-se abandonado, tornou-se amargo. São dessa época os seguintes pensamentos: “Amigos, jamais tive em minha vida. Só tive máscara dos sorridentes, hipócritas em busca de acolhida, procurando favores complacentes”. Dizia que “a maior desgraça para um homem estudioso é viver entre presunçosos e ignorantes”. Quando perguntado do que gostava, respondeu que “amava apaixonadamente o dinheiro, que ele considerava a única razão de ser de todo movimento do mundo”. E sobre as coisas que detestava, enumerou da seguinte forma: 1º) qualquer espécie de trabalho por imposição; 2º) qualquer espécie de jogo; 3º) vizinhos crianças e cachorros; 4º) visitas (receber ou fazer); 5º) escrever cartas e sair de casa a noite; 6º) tomar parte em qualquer festa, religiosas ou profanas, principalmente quando há discursos ou poesias; 7º) viajar ou assumir qualquer responsabilidade. 
               Esses são os traços bibliográficos do Cônego Francisco Sales Cavalcanti, que foi mais um cearense a contribuir para o crescimento da cultura e da educação de Mossoró.
FONTE - GERALDO MAIA

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